terça-feira, 5 de outubro de 2010

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Cancelamento

Infelizmente, por problemas na administração do espaço (e não por responsabilidade da produção do Cine Drops), tivemos que cancelar o evento de segunda, dia 4, em que apresentaríamos o filme "Persona", de Ingmar Bergman. Pedimos desculpas a todos. A programação do Cine Drops segue no dia 25 de outubro com o filme "Tempestade de Gelo".

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

segunda-feira, 2 de agosto de 2010


O Cine Drops UNIRIO já tem a programação para o segundo semestre

terça-feira, 27 de julho de 2010


O Cine Drops UNIRIO volta a pingar cinema no segundo semestre. E a primeira gota nada mais é do que o clássico Noites de Cabíria, do mestre Federico Fellini.


domingo, 27 de junho de 2010

quinta-feira, 17 de junho de 2010

1º Encontro

Há muito não escrevia sobre algum filme em especial. Talvez por conta dos trabalhos da faculdade em que tenho de escrever sobre... filmes. Ultimamente tenho vistos bons filmes, alguns excepcionais, mas ontem saí da sessão de Encontros e Desencontros (Lost in Translation) com vontade de escrever; e assim me ponho a tal.
A primeira vista podemos imaginar que se trata de um filme tolo, uma comédia romântica sem muitos atrativos - detalhe que o título em português parece querer confirmar (que ironia!) -, mas quem o comprar assim, por inteiro, perderá, nos detalhes, sua riqueza.
Antes de mais nada, quero dizer que ainda não li, nem conversei com ninguém (com exceção da Jaqueline, minha parceirinha) sobre o filme. Portanto, se estiver dizendo alguma bobagem peço que relevem; até porque não pretendo fazer deste texto um ensaio, ou uma crítica formal e sim, uma representação de leitura impressionista mesmo.
O filme começa com um plano deliciosamente indiscreto, algo moderninho, criando uma sensação leve de conforto. Mas a indiscrição de Encontros e Desencontros é em outro sentido.
Bill Murray interpreta um personagem que remete a si mesmo. Um ator de Hollywood velho e decadente que vai ao Japão filmar um comercial de Whisky. No hotel, ele conhece a linda Charlotte (Scarlett Johansson), jovem mulher de um fotógrafo sempre ausente.
A narrativa é muito simples, sem grandes pretensões; como disse anteriormente, a riqueza está nos detalhes. A relação entre os dois, como em um jogo de caixas, existe em um microcosmo de insatisfação e dúvida, dentro de um hotel, situado numa Tóquio onipresente, veloz, barulhenta, colorida, cheia, vazia; como qualquer grande cidade, síntese do mundo em nossos “tempos modernos”. E isso fica bem claro nos planos gerais e nos movimentos de câmera que parecem sempre direcionados no sentido de mostrar algo além da superfície, além da pele, dos prédios, da estabilidade, do conhecimento, das Ikebanas. Como o olhar triste de um voyer, desinteressado na forma, contemplativo na essência, os personagens de Encontros e Desencontros parecem saídos de um filme da Novelle Vague francesa; extremamente solitários, carentes de algo que não sabem ao certo o que é. Eles vagam pela cidade, pela noite, pelos bares, pelos canais de TV, sempre a procura de um sentido, seja lá qual for. Os mapas e os intérpretes os ajudam nos caminhos, mas eles não estão perdidos apenas na tradução, mas no próprio mundo que construíram através de suas escolhas.
Tóquio talvez seja a metrópole mais fascinada pela imagem, pela luz e pela aparência. Ao contrário, em Encontros e Desencontros nada é aparente; existem apenas nuances de possibilidades. Até mesmo o humor triste e a melancolia que pontuam o filme, têm de ser suavemente garimpados. Sem dúvida, Sofia Coppola ofertou um belíssimo presente aos olhos espertos e, principalmente, aos corações sensíveis.
Marcio Leandro Oliveira
Niterói, 03.02.2004

quarta-feira, 16 de junho de 2010

quinta-feira, 27 de maio de 2010

sexta-feira, 30 de abril de 2010

UNA GIORNATA PARTICOLARE (UM DIA MUITO ESPECIAL)





Um dia muito especial, do diretor italiano Ettore Scola, é um filme triste e singelo. A história se desenrola durante a visita de Hitler a Roma em 1938. A película narra o encontro de Antonietta, uma dona de casa que leva uma vida dedicada a sua família e menosprezada pelo seu marido, e Gabriele, um locutor de rádio que perdeu seu emprego por ser considerado subversivo. O encontro dos dois permite refletir um pouco sobre o autoritarismo difuso e cotidiano da Itália fascista. Mais do que retratar os efeitos macro-políticos do fascismo, as deportações e a formação de campos de concentração por exemplo, o filme centra sua narrativa naquelas ações e comportamentos mais triviais, porém não menos significativos. São os pequenos autoritarismos que surgem na trama: Antonietta, de um lado, vive com um marido que a trata como uma empregada, a despreza e não faz nenhum esforço para ocultar suas infidelidades; Gabriele, do outro, sofre pela sua opção sexual (é homossexual), vive de maneira clandestina e solitário. O filme desvela como esse ambiente machista e autoritário tornava possível uma paixão fervorosa pelos signos do fascismo e toda a comoção popular em torno disso. A força desse sentimento difuso chega aos mínimos detalhes, até mesmo a língua. Nesse sentido, há uma cena especialmente relevante. Em um determinado momento, Antonietta reprime Gabriele pelo fato deste tê-la chamado de maneira informal. Gabriele havia usado o pronome de tratamento Lei. Este pronome, no italiano, é equivalente ao ela e ao senhor/senhora. Porém, em 1938, o governo italiano proibiu a utilização deste pronome na função respeitosa, substituindo pelo Voi. Era necessário masculinizar até mesmo o pronome de tratamento, desligando o universo lingüístico de qualquer signo afeminado. O encontro dos dois personagens, ainda que envolto pela aura opressiva do regime, a começar pela transmissão onipresente do desfile militar que tomava conta da cidade, acaba sendo um momento raro, de escapatória desse ambiente autoritário. Rapidamente se estabelece uma relação de compaixão e compreensão mútua entre os personagens. Este relacionamento se torna um contraponto das relações sociais mais gerais, ou seja, sem hierarquias, sem comando, sem dominação, como é próprio ao campo da amizade. Esse encontro alegre ajuda a modificar os personagens, em especial Antonietta. Mesmo estando em uma posição marginal, era uma ardorosa cultuadora da imagem do Duce, mas, a partir do seu breve encontro com Gabriele, começa a se questionar da justiça dos valores de sua sociedade. A beleza do filme está, justamente, na singeleza desse encontro, algo tão pequeno mas cheio de força. Algo que mostra como a resistência ao fascismo, e o fascismo entendido aqui como algo muito maior do que o fenômeno histórico-político italiano, não é feita somente de grandes atos, mas na construção cotidiana de relacionamentos e ações desprovidas desses pequenos autoritarismos.





quarta-feira, 28 de abril de 2010

Emiliano Ribeiro

O convidado especial para a próxima gota do Cine Drops UNIRIO é o cineasta, produtor e professor de cinema Emiliano Ribeiro. Ele vai bater um papo com o público após a sessão do filme "Um Dia Muito Especial", dia 03 de maio, segunda-feira, às 18:00h, no Auditório Vera Janacópulos (prédio da Reitoria).

Emiliano Ribeiro, professor da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, é cineasta, iniciou-se como ator, ainda criança, nas TVs Continental, Rio e Tupi, onde protagonizou a série infantil Guguta e Tião. Foi assistente de direção de mais de 30 filmes de longa-metragem destacando-se Dona Flor e seus dois maridos, Toda nudez será castigada, A rainha diaba, Menino do Rio e outros.

Produtor, montador/editor, realizou curtas-metragens institucionais, trailers, comerciais e uma série de vídeos didáticos. Foi analista de projetos cinematográficos na Secretaria do Audiovisual/MINC para a Lei do Audiovisual.

Dirigiu As meninas, projeto de David Neves, que recebeu vários prêmios internacionais. Também dirigiu Condenado à liberdade (2000); A viagem de volta e Trama familiar, prêmio de melhor direção e roteiro no III Rio-Cine Festival (1987) e melhor roteiro na XV Jornada Internacional da Bahia (1986).

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Próxima Gota: Um Dia Muito Especial

Um Dia Muito Especial (Una Giornata Particolare) Canadá/Itália - 1977. Direção de Ettore Scola com Sophia Loren e Marcello Mastroinanni.
Duração do Filme: 110 minutos
Recomendado para maiores de 14 anos

Um Dia Muito Especial é uma das obras-primas de Ettore Scola (0 Baile) e talvez o melhor trabalho da dupla Marcello Mastroianni e Sophia Loren.

Roma, 6 de maio de 1938. Enquanto a cidade celebra a visita de Hitler a Mussolini, dois vizinhos bastante diferentes se conhecem: a dona de casa Antonietta, casada com um militante fascista e mãe de seis filhos, e o radialista homossexual Gabriele. Ao longo do dia, vivem uma densa relação humana, compartilhando seus dramas e esperanças.

Horário:segunda, 3 de maio de 2010 18:00h
Local:Auditório Vera Janacópulos, 296 - Urca (Campus da Reitoria da UNIRIO)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Matéria publicada no site da UNIRIO hoje:

06/04/2010
Cine Drops UNIRIO: Clube de Cinema começa no dia 12 de abril

Nesta segunda-feira, dia 12 de abril, a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) dá início a um novo projeto: o Cine Drops UNIRIO, clube de cinema que tem o objetivo de exibir e discutir obras cinematográficas de excelência de todas as épocas. O título que abre a programação é a versão original de “Tempos Modernos”, clássico de Charles Chaplin lançado em 1936. O grupo de chorinho Saci Chorão tocará ao vivo durante a exibição, ao estilo das orquestras que faziam a trilha sonora dos filmes mudos nos primeiros anos de cinema. A sessão, seguida de debate, começa às 18h, no Auditório Vera Janacopulos da UNIRIO (Av Pasteur, 296, Urca). A entrada é franca.

Para o debate de estreia do Cine Drops UNIRIO, estão convidados o cineasta e produtor de cinema Diogo Dahl, o músico e ator Ricardo Romão, e o professor e ator Luciano Maia, que é Pró-Reitor de Extensão e Cultura da UNIRIO. Em um bate-papo informal, os três vão discutir aspectos fílmicos, críticos e estéticos desta obra que se tornou um marco nas críticas à sociedade industrial. Eleito em 1998 para o Top 100 de todos os tempos do American Film Institute, “Tempos Modernos” satiriza as mudanças decorrentes da industrialização, mostrando as agruras de um operário dentro de uma fábrica repleta de geringonças inusitadas, como um "comedor para funcionários", que prometia reduzir para apenas 15 minutos o horário de almoço.

“A ideia do Cine Drops é ser um ponto de encontro, um momento especial em que pessoas se reúnem para se permitir fruições distintas, da contemplação à risada, da tensão ao arrebatamento. A proposta é fazer da UNIRIO também um lugar de cinema”, avalia o produtor cultural Marcio Leandro Oliveira, idealizador do projeto e programador da mostra.

Marcio, que é servidor da Coordenação de Cultura da UNIRIO desde 2008, conta que a iniciativa de criar um cineclube é resultado de sua relação afetiva com o cinema, que aflorou durante os anos como estudante de Produção Cultural da Universidade Federal Fluminense (UFF). Além de ter cursado algumas disciplinas da área cinematográfica, Marcio foi bolsista do Centro de Artes da UFF, espaço em Niterói que mantém um teatro, uma sala de exposições e uma sala de projeção. “Esperava ansiosamente pelas segundas-feiras, quando o Cine Arte UFF cobrava metade do valor do ingresso, ou até menos que isso, em todas as sessões. No início, confesso, a espera se dava por questões de grana – quem já foi estudante sabe o que é isso. Depois percebi que as segundas-feiras no Cine Arte se tornaram os dias dos grandes encontros, de celebração dessa coisa apaixonante chamada cinema. Assim, ao pensar em um dia para o Cine Drops, a resposta veio clara: só poderia ser segunda-feira”, recorda.

Para o primeiro semestre deste ano, o Cine Drops tem os seguintes filmes na programação: “Um Dia Muito Especial” (Una Giornata Particolare), de Ettore Scola, em 3 de maio; “Asas do Desejo” (Der Himmel über Berlin), de Wim Wenders, em 7 de junho; e “Amores Expressos” (Chungking Express), de Wong Kar-Wai, em 5 de julho.

SERVIÇO:
Cine Drops UNIRIO – Clube de Cinema em gotas
No dia 12 de abril (segunda-feira), será exibido “Tempos Modernos”, filme mudo com trilha sonora ao vivo do grupo Saci Chorão, que se apresenta simultaneamente à exibição do filme. A sessão é seguida de debate com Diogo Dahl (produtor de cinema), Ricardo Romão (músico e ator) e Luciano Maia (ator, professor da Escola de Teatro e Pró-Reitor de Extensão e Cultura da UNIRIO).

Local: Auditório Vera Janacopulos, campus da Reitoria (Av Pasteur, 296 – Urca)
Horário: 18h
Capacidade: 180 lugares
Entrada Franca.
Não há distribuição de senhas.

Ficha técnica:
“Tempos Modernos” (Modern Times). EUA, 1936.
Diretor: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Al Ernest Garcia, Paulette Goddard e outros.
Duração: 83 minutos
Classificação Etária: livre


Local: Auditório Vera Janacopulos: Av Pasteur, 296 – Urca

terça-feira, 6 de abril de 2010

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Gotas de conversa...

Estão confirmados os convidados para a estréia do Cine Drops: Diogo Dahl, Produtor de Cinema, Ricardo Romão, Músico e Ator, Luciano Maia, Ator e Professor.

terça-feira, 30 de março de 2010

sexta-feira, 26 de março de 2010

as gotas vão começar a cair

O Cine Drops UNIRIO é um clube de cinema que pretende oferecer a todos os seres viventes, gratuitamente, gotas de cinema. Sim, a possibilidade de assistir e discutir filmes de excelência de todas as épocas. Para isso, o CINE Drops contará com a participação de convidados especiais que encaminharão uma conversa informal com o público, logo após a exibição do filme programado.

Os filmes em gotas começam a pingar no dia 12 de abril e, a partir daí, sempre às primeiras segundas-feiras de cada mês, às 18:00h no Auditório Vera Janacópulos, no Campus da Reitoria (Av Pasteur, 296 – Urca)

Conta-Gotas:

- TEMPOS MODERNOS (Modern Times) de Charlie Chaplin – Exibido mudo com música ao vivo em simultâneo – 12 de abril

- UM DIA MUITO ESPECIAL (Una Giornata Particolare) de Ettore Scola – 03 de maio

- ASAS DO DESEJO (Der Himmel über Berlin) de Wim Wenders – 07 de junho

- AMORES EXPRESSOS (Chungking Express) de Wong Kar-Wai – 05 de julho

segunda-feira, 22 de março de 2010

Raindrops Keep Fallin' On My Head

O Cine Drops UNIRIO surgiu por uma memória afetiva: nos meus tempos de estudante, esperava ansiosamente pelas segundas-feiras, dia da semana em que eu iria ao cinema. Segunda-Feira era (é) o dia em que o Cine Arte UFF, em Niterói, oferecia o “Meia Entrada Para Todos”, cobrando metade, ou até menos que isso do valor do ingresso habitual em todas as sessões. No início, confesso, essa espera pela segunda-feira se dava exclusivamente por questões de grana (quem já foi estudante sabe o que é isso), depois percebi que os outros, obviamente, faziam o mesmo e, assim, as segundas-feiras no Cine Arte UFF se tornaram os dias dos grandes encontros, os dias de celebração dessa coisa apaixonante que chamamos de cinema. Dessa forma, ao pensar em um dia para o Cine Drops, a resposta veio clara: segunda-feira, só poderia ser segunda-feira.

A idéia do Cine Drops UNIRIO é ser esse ponto de encontro, esse momento especial em que pessoas se reúnem para se permitir fruições distintas, da contemplação à risada, da tensão ao arrebatamento. O Cine Drops pretende fluir em gotas de cinema, se oferecer homeopaticamente a todos os seres viventes, desde os apaixonados pela sétima arte até àqueles que querem apenas um programa pra segunda à noite. Gotas de cinema como gotas de chuva que continuam caindo sobre nossas cabeças em passeios de bicicleta ao sol. Gotas de cinema que, de gota em gota, sem que ninguém perceba, tornem-se uma torrente cinematográfica e façam da UNIRIO também um lugar de cinema, onde se veja e se discuta cinema, onde o cinema viva e onde se viva cinema.

O Cine Drops UNIRIO não se pretende pouco. O Cine Drops UNIRIO se pretende aos poucos. O Cine Drops UNIRIO se pretende a todos.

Cine Drops UNIRIO: Clube de Cinema em Gotas.

Marcio Leandro Oliveira
programador